Olá a todos:
O prometido é devido; vou contar-vos uma pequena história que se passou comigo, já lá vão quarenta e dois anos, mas que não esqueci. Lembro-me desses dias quando estou mais pessimista ou "mais em baixo". Corria o ano de 1969, fequentava o Curso de Sargentos Milicianos no CISMI, em Tavira e na fase final de curso houve uma prova final - a célebre NOMADIZAÇÂO! Consistiu em sermos largados durante a noite num qualquer lugar, receber diretrizes e caminhar três dias e noites de regresso ao Quartel, após passar obrigatóriamente em determinados locais em Equipas de dez elementos; é regra fundamental a equipa chegar unida e ao mesmo tempo. Fomos largados em Umbria, relativamente próximo de Tavira, durante a noite e toca a andar...até Cachopo, por montes e vales; depois apareceu Vaqueiros e Martim Longo; lembro-me de ter dormido numa capoeira, mas só dei por isso na manhã seguinte... Passámos depois por Giões, a seguir Pereiro e mais tarde Guerreiros do Rio; aí já levava os pés a sangrar, mas um banho no Guadiana foi retemperador de forças... Não posso deixar de contar um pequeno/grande episódio, que jamais esqueci: Uma jovem muito simpática,meiga e terna tratou os meus pés, colocou pó de talco e ligaduras... um Adeus de gratidão e até um olhar de agradecimento, não faltaram... Odeleite, Castro Marim foram outros pontos de passagem obrigatória até Conceição de Tavira; aí a Equipa começou a fraquejar e a ficar desunida... Não sei porquê, lembrei-me de começar a cantar (não tenho geito nenhum) umas canções que tinha aprendido nos tempos da Mocidade Portuguesa e consegui unir a Equipa em redor de mim e mais algumas, que entretanto se juntaram, fizeram coro e entraram no Quartel de forma triunfal. Um bom banho e uma feijoada esperava-nos e sabe Deus com que apetite devorador; no final, disse para os meus amigos: Estamos prontos para outra!!!
Quer isto dizer que o ser humano, tem capacidades inesgotáveis e o desânimo é a pior coisa que pode invadi-lo; há que lutar e fazer das fraquezas - força, vontade e coragem em seu próprio proveito ou transmitir aos outros, que reconhecidamente estão a desistir - alento e encorajamento e persuasão para prosseguir, sem nada pedir em troca. A recompensa é o bem-estar connosco próprios e com a nossa consciência. Desculpem ter-me alongado neste texto que só pretende encorajar os meus Companheiros de Jornada, seus Familiares ou Amigos. Um Abraço A. Barreiros Viseu 7/5/2011
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