Estudo: Hospitais não estão preparados para comunicar
2009-06-19
18 de Junho de 2009, por Maria João Lima
A formação de médicos e enfermeiros para comunicar notícias negativas aos utentes não é uma prioridade dos hospitais nacionais. Esta é uma das conclusões do 1º Estudo Nacional Comunicação Hospitalar em Portugal, realizado junto de 90 hospitais públicos e privados, de todo o país, uma iniciativa conjunta da Breathe Health, divisão de saúde do Grupo Inforpress, e da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Universidade Nova de Lisboa. De acordo com os resultados do estudo apenas 33% dos hospitais apostam nesta área, ou seja, somente 3 em cada 10 unidades de saúde. No total, 71% das instituições sentem necessidade de formação específica em técnicas de comunicação.Na comunicação com os pacientes, os enfermeiros são interlocutores preferenciais (93% dos casos), seguidos de médicos (76%) e administração (60%). 44% das instituições dão formação a enfermeiros e médicos sobre como comunicar com os doentes, mas o capítulo das notícias negativas (33%) e crise (18%) fica em segundo plano.
Ainda segundo este estudo, apenas 20% dos hospitais canalizam uma parte significativa dos recursos ao relacionamento com os meios de comunicação social. No caso dos media, 71% disponibilizam porta-vozes para reportagens (sem fornecer media training) e 67% enviam regularmente comunicados de imprensa. As principais informações divulgadas são investimentos, dados sobre avanços científicos e resultados financeiros.