Nova técnica para tratar o cancro
2010-03-29Péptidos têm maior eficácia e menos efeitos secundários do que as terapias actuais
Uma investigação conduzida e patenteada por Mark Howard, da Escola de Biociências da Universidade de Kent, levou ao desenvolvimento de uma nova técnica que ira proporcionar tratamentos de cancro directamente para determinados tumores
.
Um dos cancros que poderia beneficiar deste tratamento é o cancro do pâncreas, que actualmente é muito difícil de tratar.
A técnica, anunciada recentemente pela Tecnologia de Investigação para o Cancro (Cancer Research Technology − CRT nas siglas em inglês), envolve péptidos (dois ou mais aminoácidos interligados) anti-cancerígenos, ligados a uma proteína encontrada em níveis elevados em muitas das células tumorais, mas ausente na maioria dos tecidos normais.
Ao procurar esta proteína, os péptidos podem oferecer tratamentos directos no local com maior precisão e com menores efeitos colaterais.
Uma organização que junta a investigação norte-americana com as instituições europeias, a Aura Biosciences, já certificou a técnica do CRT.
Howard tentou identificar o desenvolvimento e forma dos péptidos e explicou que “estes três péptidos têm uma forma particular e tridimensional, permitindo-lhes produzir proteínas associadas ao tumor de um modo mais eficaz do que observado anteriormente”. O cientista ainda acrescentou: “Conseguimos modelar os péptidos em diferentes formas e ver claramente a relação entre a forma e a eficácia dos péptidos”.
Tratamento e identificação
O investigador de Kent explicou também que esta tecnologia tem potencial tanto no tratamento de tumores como na identificação de cancros.
O director da Gestão de Negócios do CRT, Phil L’Huillier afirmou, em relação aos efeitos secundários que “estes péptidos têm potencial em encontrar e destruir as células cancerígenas, deixando as áreas circundantes ilesas”.
“Acreditamos que esta tecnologia pode ter pontos fortes em cancros com limitadas opções de tratamento, como o de cancro de pâncreas, de cabeça ou de pescoço. Fundamentalmente este tratamento dirigido também pode reduzir os efeitos colaterais que são normalmente associados às terapêuticas actuais. Aguardamos com expectativa os resultados deste interessante programa”, afirmou L’Huillier.
Publicado em "Ciência Hoje" - 2010-03-25