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Universidade de Coimbra lança o primeiro radio fármaco português

2012-01-30


A Universidade de Coimbra (UC) vai lançar no mercado o primeiro rádio fármaco produzido em Portugal, medicamento para o diagnóstico do cancro que já começou a ser utilizado em vários centros de exames, após autorização do INFARMED.
A sessão de lançamento no mercado realiza-se sexta-feira, em Coimbra, com a presença dos ministros da Saúde, Paulo Macedo, e da Educação e Ciência, Nuno Crato, acompanhado pelo secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró, anunciou hoje a UC.
Trata-se do primeiro fármaco com origem numa universidade, designado FDG (Fluodesoxiglucose[18f]), usado nos exames PET (Tomografia por Emissão de Positrões) para o diagnóstico de doenças oncológicas.
O medicamento surge após cerca de uma década de investigação e é desenvolvido no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC, e a produção atingida chega já para cobrir as necessidades do mercado nacional nesta área, disse hoje à Lusa o vice-reitor para a investigação e diretor técnico para a produção do ICNAS, Amilcar Falcão.
A partir de agora, Portugal deixa de depender da produção espanhola, país de onde era importado o rádio fármaco que permitia perceber a evolução da doença oncológica.
O medicamento é injetado nos doentes que vão fazer o exame PET, equipamento que deteta a radioatividade, permitindo, no caso da oncologia, "avaliar as neoplasias e, eventualmente, as metástases", segundo o cientista.
A molécula produzida em Coimbra apresenta não só uma "estabilidade mais elevada do que a feita em Espanha (cerca de 12 horas, mais duas), como o ciclo de produção é atingido em cerca de metade do tempo comparativamente a qualquer concorrência", sustenta o investigador.
"Quando se trata de um produto utilizado devido à sua radioatividade, ao vir de Espanha não só estávamos dependentes dessa produção como o medicamento perdia qualidade no tempo que demora o seu transporte", disse.
A produção atingida no ICNAS "permite já alimentar todos os centros de diagnóstico portugueses que precisem deste rádio fármaco", com o medicamento a ser distribuído pela Fardiotop, uma empresa incubada no Instituo Pedro Nunes, em Coimbra.
"Ao colocarmos o medicamento no Porto ou em Lisboa, por exemplo, fazemo-lo em duas horas, com mais radioatividade do que se vier de Madrid, que demora seis horas ou mais, ou seja, do ponto de vista prático, conseguimos vender radioatividade a menor custo, o que é uma mais-valia para o Sistema Nacional de Saúde", disse Amílcar Falcão.
A molécula que agora chega ao mercado farmacêutico português é "uma das muitas em desenvolvimento no ciclotrão da UC, que prevê "lançar nos próximos três a quatro anos seis novos medicamentos, nas áreas da neurologia e cardiologia", disse à Lusa o pró-reitor para a área da investigação.
O novo rádio fármaco ocupa 25 por cento da capacidade de produção do ciclotrão, parque tecnológico com uma "manutenção muito elevada - cerca de meio milhão de euros/ano apenas para as máquinas", acrescentou.
O lançamento no mercado surge após "centenas de ciclos de produção e investigação clínica envolvendo mais de 1.500 doentes".

Por Agência Lusa, publicado em 30 Jan 2012     

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