1ª Tertúlia (Acessibilidade aos medicamentos na doença oncológica) do Ciclo de Tertúlias e Palestras
2013-01-18
• Resumo da Tertúlia “Acessibilidade aos medicamentos na doença oncológica: A ótica da Medicina, da Gestão hospitalar, da Bioética, da Assistência Social e dos Pacientes"
O Ciclo de Tertúlias e Palestras Europacolon Portugal deu início no dia 18 de Janeiro com a Tertúlia “Acessibilidade aos medicamentos na doença oncológica: A ótica da Medicina, da Gestão hospitalar, da Bioética, da Assistência Social e dos Pacientes”. Iniciou-se às 21h30, na FNAC Norteshopping, em Matosinhos.
O painel, constituído por diferentes profissionais da área da saúde ligados à oncologia e pelo Exmo. Sr. Agostinho Barreiros, sobrevivente de Cancro do Intestino, foi moderado pela jornalista da SIC, Lúcia Gonçalves.
Foi um evento dinâmico, à semelhança de uma conversa informal, que permitiu que cada elemento da mesa deixasse o seu parecer, havendo também espaço para a intervenção da plateia.
A Dra. Sónia Rego, médica oncologista do Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira) chamou a atenção para o facto de ser necessário definir as prescrições clínicas de acordo com o que a ciência, no momento, considera mais eficaz para o tratamento de cada tipo de patologia, devendo ter-se contudo consciência de que se por fatores financeiros não se puder prescrever determinado tratamento, o paciente terá de ser informado da existência dos medicamentos ou tratamentos mais eficazes.
O Dr. José Laranja Pontes, presidente do conselho de administração do IPO do Porto, centrou a sua intervenção na necessária ponderação nas prescrições clínicas de medicamentos de custo elevado e reduzida eficácia.
A Prof. Dra. Ana Sofia Carvalho, diretora do Instituto de bioética da Universidade Católica e membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), evidenciou a confusão gerada na opinião pública relativamente ao parecer feito pelo CNECV sobre a acessibilidade aos medicamentos, do qual foi relatora. Nunca afirmaram que o Parecer 64_2012 teve como objetivo defender a legitimidade para se definirem as escolhas por critérios etários, nem somente económicos no momento das prescrições clínicas, até porque “As pessoas mais velhas foram as que já contribuíram para a Segurança Social, para terem acesso aos melhores cuidados de saúde”.
A Dra. Ana Silva, assistente social do IPO do Porto, testemunhou as acentuadas dificuldades financeiras dos pacientes oncológicos, que se prolongam na gestão do dia-a-dia. Citou, também, que as crescentes limitações económicas da população portuguesa limitam os pacientes no acesso a todos os tratamentos necessários à questão terapêutica da sua doença.
O Sr. Agostinho Barreiros, sobrevivente de cancro colo-retal, deu um testemunho real e sentido sobre a sua história pessoal de luta contra o cancro. Viajou no tempo, fazendo uma retrospetiva de toda a sua vida num testemunho comovente sobre as perdas de carácter físico e social, os medos e as incertezas que teve de enfrentar face à doença.
Os próximos eventos abordarão temas como a sexualidade, a dor, a bioética, os cuidados paliativos e a espiritualidade na doença oncológica, bem como, as terapias complementares no controlo da dor e dos efeitos secundários dos tratamentos oncológicos.
Na foto, da esquerda para a direita:
Dra. Lúcia Gonçalves
Dra. Sónia Rego
Prof. Dr. Laranja Pontes
Prof. Dra. Ana Sofia Carvalho
Dra. Ana Silva
Sr. Agostinho Barreiros